21 de ago. de 2013

Redoma de vidro by Paula Pimenta

Quase todo mundo ficou sabendo da confusão que aconteceu na semana passada envolvendo a Sasha (a filha da Xuxa) e um fotógrafo. 
Se você estava em época de provas e passou longe dos noticiários e da internet, vou resumir: a Sasha atualmente é jogadora de vôlei no time mirim do Flamengo. Por isso, ela esteve em Belo Horizonte para participar da Copa MTC de vôlei feminino. Geralmente, nesses torneios, é natural que a imprensa compareça… Acontece que os seguranças particulares da Sasha implicaram com um fotógrafo que fazia imagens do evento, alegando que ela era menor de idade e não poderia ser exposta. O caso acabou em agressão e saiu em todos os jornais.
Não quero discutir esse caso, pois muito já foi dito sobre o assunto. Vi pessoas defendendo a liberdade de imprensa, outras dizendo que menores não podem mesmo ser fotografados sem o consentimento dos pais, e outras ainda bradando que deviam ter trancado a menina em casa, já que querem tanto preservar a imagem dela. E é sobre essa última alternativa que eu vou escrever.
Fico imaginando como deve ser a vida da Sasha. Lembro que quando eu tinha 15 anos, adorava sair só com as minhas amigas, pois era muito boa a sensação de não ser vigiada, de poder tomar minhas próprias decisões, de resolver sozinha se eu queria ir para a esquerda ou para a direita, e não para a direção que meus pais ou professores apontassem. É exatamente nessa fase que a sede de liberdade (natural em todo ser humano) começa a se manifestar, a gente passa a ter vontade de andar com as nossas próprias pernas. Agora, já imaginou se a cada um desses passos você tivesse a sensação de estar sendo observada? Já pensou se a cada esquina você visse pessoas olhando para você e cochichando? E se a cada lugar que você fosse, um fotógrafo estivesse pronto para tirar uma foto sua, mesmo se você estivesse sem maquiagem, descabelada e com roupa de ginástica? Não sei você, mas eu teria vontade de me trancar no quarto e não sair nunca mais.
Acho que o dia a dia da Sasha e de vários outros filhos de artistas deve ser assim. Eles têm que escolher entre viver em uma redoma de vidro, longe de todos, ou viver “normalmente” e ser alvo constante dos fotógrafos. As pessoas gostam de constatar que os famosos são pessoas comuns, e a vida familiar deles desperta curiosidade. Por isso mesmo, a imprensa especializada marca em cima, e esses meninos e meninas acabam virando também mini-celebridades.
Apesar de se acostumarem com os holofotes desde o berço e crescerem nessa condição, aposto que de vez em quando eles sentem vontade de ser totalmente anônimos, de poder ir à padaria com aquela roupa amarrotada e de ficar com quem quiserem em uma festa, sem que no dia seguinte aquilo esteja estampado em um jornal ou revista… A pessoa que é celebridade escolheu aquilo para ela, optou pela fama, a exposição na mídia faz parte do seu trabalho. Mas aos filhos de famosos só cabe aceitar aquela fama herdada. Ou não. Já vi algumas fotos da Suri, a filhinha do Tom Cruise e da Katie Holmes, fazendo careta para as câmeras. Ela é criança, mas acho que alguns mais grandinhos só não fazem cara feia também porque sabem que aquilo seria publicado em tempo recorde.
Voltando à Sasha, no lugar dela eu pediria um tempo para os seguranças e faria até pose para os fotógrafos. Afinal, dessa vez ela é destaque por ela mesma e não por ser filha de alguém. Não é qualquer uma na idade dela que joga tão bem a ponto de integrar um dos maiores times do país. Isso é motivo de orgulho. E geralmente as pessoas dignas de orgulho aparecem mesmo na mídia, para que o resto do mundo possa aplaudir também. Aposto que até a Xuxa concordaria comigo.
E só para terminar, um trava língua para descontrair. Você consegue dizer bem rápido em voz alta: “A filha da Xuxa se chama Sasha e a mãe da Sasha se chama Xuxa?”. Embolou, né?  ;-)
Por Paula Pimenta-Fazendo o meu Blog

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